Se por um lado existe a tecnologia como ferramenta de facilidade para uma melhor e mais rápida conexão com o consumidor que, como tendência, ganhará em importância e destaque no mercado; por outro lado, de nada valem essas novas facilidades se a comunicação entre marca e consumidor não for íntegra e coerente do começo ao fim.
É neste momento que se confirma a importância do branding como um agregador de valor à marca e de experiências ao consumidor. Com ele, o propósito é desenhado e incorporado de forma diferenciada, com valores mais perceptíveis e, como consequência, se torna a promessa daquela marca ao cliente.
Ainda que essa promessa seja bem comunicada e conquiste, num primeiro momento, a atenção do consumidor, é a sua entrega que garantirá a fidelização necessária. Por este motivo, a função do branding no processo de estratégia como um todo, desde a concepção da marca, definição de propósito, e ao longo do relacionamento com o cliente, se torna um processo de longo prazo, além de essencial.
Sendo assim, o propósito se torna a ponte entre a marca e seus consumidores, uma vez que direciona intenções, ações e visões transformadoras para um futuro em que pessoas que compartilham dos mesmos valores também querem participar e, por isso, se tornam mais abertas ao diálogo e relacionamento, dando preferência àquela marca em meio a tantas opções disponíveis.
Para tanto, a promessa precisa ser comunicada e os profissionais da área precisam entender que, diferente do que muitos pensam, comunicação não é o que se transmite, mas sim o que é entendido e absorvido.
Visando que as ações de comunicação podem reduzir, ao máximo, a margem de erro do entendimento do consumidor, branding e propósito de marca tornam-se mais uma vez imprescindíveis no alinhamento das ações online e offline.
São essas ações as responsáveis pela conexão com o público-alvo e serão elas, ora elogiadas e compartilhadas; ora criticadas e, infelizmente, também compartilhadas.
É no compartilhamento, na divulgação de experiências de seus clientes com a marca que se pode identificar se o propósito está sendo praticado e percebido de maneira assertiva ou se as ações estão sendo trabalhadas e compreendidas de forma negativa. Neste momento, o acompanhamento das reações de seus consumidores e a resposta rápida, alinhada e sincera, como um exemplo de aproximação com o cliente, faz a diferença e pode garantir que o cliente, mesmo tendo alguma experiência negativa, se torne um embaixador da marca.
A humanização das mesmas cria um vínculo com esse consumidor que permite (e exige) que ela assuma seus erros e os comunique, mas que também se redima e ganhe melhor aceitação do cliente por tratá-lo de forma mais humana e com proximidade.
O propósito da marca deve, portanto, ser criado e implementado de dentro para fora, mas sempre com o foco no mercado. O branding deve fundamentar toda e qualquer estratégia da marca que, junto com o marketing de conteúdo permitirá a diferenciação da mesma na multidão de marcas existentes no mercado, conseguindo destaque diante dos olhos exigentes do consumidor.
Por fim, como dito anteriormente, permitirá a fidelização desse relacionamento com o consumidor e poderá transformá-lo em embaixador da marca se for bem comunicada e trabalhada a longo prazo.
Para criar um valor de marca forte, é preciso ter um posicionamento claro e coerente, bem como um conjunto autêntico de diferenciação que apoie esse posicionamento.
Ou seja, a importância da aplicação do branding nas marcas com um propósito bem delineado pode gerar conteúdo e ofertar ao mercado promessas condizentes com a organização, criando laços a longo prazo com o consumidor e permitindo, não só a fidelização já citada, mas também a propagação na rede de contatos onde o seu consumidor convive.
Case Reserva
Uma marca com propósito claro e que vem fazendo diferença no mercado brasileiro é a marca Reserva, que foi considerada pela Revista Fast Company como uma das marcas mais inovadoras do mundo.
O propósito da marca está presente em todas as lojas, onde encontra-se um painel que define bem o que é ser uma marca preocupada com as pessoas e que tem como propósito cuidar, emocionar e surpreender as pessoas todos os dias.
Sempre acreditamos que por trás de grandes marcas sempre temos grandes líderes. É o caso do Rony Meisler, fundador da grife Reserva. Sua gestão é divertida, inovadora e criou um estilo de liderança que combina essas práticas divertidas e de gestão com a crença de que fazer o que se ama é fundamental para os negócios.
Meisler mudou o nome da área de gestão de pessoas para “fontes humanas” e o marketing interno foi batizado departamento de “felicidade”, cuja função é criar um ambiente de trabalho mais divertido e feliz. Uma das invenções mais queridas é um programa que estimula os funcionários a indicar uns aos outros pelo bom trabalho. No fim de cada mês, um comitê escolhe os melhores e os vencedores têm um sonho realizado — ao entrar na empresa, cada funcionário precisa dizer ao RH três sonhos (possíveis) de ser cumpridos.
Quanto o propósito, é claro, a empresa gira em torno de pessoas e a missão de Meisler é orientar a cultura da empresa. Com isso o resultado não poderia ser outro se não resultados positivos para a imagem da marca, engajamento da equipe e retorno financeiro.