Branding Emocional
MarciaAuriani – Artigo no. 1
“Criar marcas não diz respeito somente à onipresença, à visibilidade e às funções, mas também à ligação emocional com as pessoas na vida diária”.
Joel Desgrippes, D?G* Mundial
Cada vez mais o mercado passa aperceber a importância do branding emocional para o sucesso dos negócios e suas relações. Por outro lado, as empresas estão sentindo a dificuldade em criar essas relações com seus consumidores, uma vez que está difícil criar um relacionamento neste mercado tão cheio de produtos, serviços e marcas.
O gerenciamento da marca se tornou um desafio complexo na última década, extrapolando a tradicional esfera dos bens embalados e passando a ser vital para todas as empresas. Construir relevância na mente e no coração das pessoas, não tem sido uma tarefa fácil, princípio básico de construção de marca. O desafio é entender que criar marcas é uma relação de pessoas para pessoas e não uma relação de fábricas para pessoas.
A Marca Emocional é o meio pelo qual as pessoas se conectam subliminarmente com as empresas e seus produtos de forma profundamente emocional.
Marc Gobé
Estou me referindo ao elo emocional das marcas com as pessoas. Por emocional, quero dizer como uma marca se comunica com os consumidores no nível dos sentidos e das emoções. Não estou me referindo somente às marcas de produtos e serviços, mas tambem a marcas pessoais que são responsáveis por esses laços emocionais. Sempre defendo que atrás de grandes marcas sempre temos grandes líderes e são eles os responsáveis em criar os laços emocionais.
A minha relação com os livros sempre foi algo especial, pois não foi só o aprendizado do conteudo técnico que obtive, mas tambem o conhecimento emocional de pessoas que fizeram diferença nas suas empresas e em seus negócios, por acreditarem que as pessoas são o grande diferencial na construção de grandes marcas.
Tive a oportunidade de ler livros de marcas fantásticas como da Starbucks e sua relação com a marca pessoal e emocional de Howard Schultz (Dedique-se de Coração), The Body Shop e sua relação com a marca pessoal e emocional da autora e empresária Anita Roddick (Meu Jeito de Fazer Negócios), Lee Iacocca e sua relação emocional com as Marcas Ford e Crysler (IACOCCA) entre tantas outras, que me mostraram que é possivel buscar e obter resultados financeiros com a construção de uma marca verdadeira e que realmente se preocupa com o coração de seus colaboradores e clientes. Também tenho a felicidade de aprender todos os dias com pessoas do meu convivio, como a minha familia, meus amigos, meus alunos, professores, colegas, conhecidos, minha filha, minha secretaria do lar e muitas outras, pois estão sempre mostrando o quanto tenho a aprender com suas experiências de vida, ou seja, o quanto tenho a aprender com as emoções vividas por estas pessoas.
Marca Pessoal Edith Breithaupt Saar
Neste artigo quero falar sobre uma marca pessoal especial que sempre foi, e ainda é, uma fonte de inspiração emocional na minha vida: minha avó Edith Breithaupt. Ela sempre nos dizia que a vida é linda desde que estejamos prontos para essa leitura, mesmo com as dores que muitas vezes são inevitáveis. Ela era uma dona de casa diferenciada e tinha uma atitude peculiar que muito me chamava a atenção. Todos os dias tinha um ritual característico: levantava-se, se arrumava toda, passava um batonzinho e blush, calçava seus sapato com saltinho e ia direto preparar um delicioso cafe para a familia. Depois lia os jornais do dia e em seguida se dirigia ao seu jardim para cuidar das plantas. Sempre com um sorriso contagiante. Mesmo não trabalhando fora, sabia de tudo que estava acontecendo no mundo, pois apesar das tarefas domésticas a cultura fazia parte do seu dia a dia. Tudo o que fazia transmitia amor, desde o jardim da sua casa, sempre tão florido, seu orquidário colorido, os pingos de ouro encantando o ambiente. A beleza na arrumação de uma mesa do almoço ou para o café da tarde, com geléias que fazia questão de preparar com frutas que ela mesma plantava no seu quintal. Contava histórias encantadoras, aliás, ela era uma grande contadora de histórias. Tudo era preparado com muito encantamento. As festas natalinas eram mágicas, não era só pela chegada do Papai Noel, mas como tudo na casa era lindamente preparado e parecia diferente, como se estivessemos em um outro lugar, em outro ambiente. Todas as datas especiais se tornavam dias memoráveis. Cada dia na casa da Vovo Edith era um dia único, com grandes emoções e novos aprendizados. Uma lição deixada por esta marca pessoal para a minha vida ”tudo aquilo que fizer, faça bem feito e lembre-se que é para alguém, portanto esse alguém precisa receber o seu carinho e amor”.
As verdadeiras marcas transmitem significado e honestidade, a verdadeira força que existe atrás das emoções humanas.
O grande desafio das marcas é criar um diálogo emocional, que comunique valor aos seus consumidores no nível dos sentidos e das emoções, gerando uma conexão profunda e duradoura. Hoje no mundo há sempre uma nova idéia ou um novo produto com um curto período para usufluir de sua “exclusividade”, antes que uma idéia nova e melhorada apareça. Agora a marca emocional quando construída com princípios e valores claros, sua vida é de longo prazo e segue sendo admirada por grandes fás no mercado.