Por Paulo Granato – Artigo 7 – 06/ 12/ 2012
Toda e qualquer empresa ou instituição tem um nome que se reflete para a sociedade através de uma assinatura que podemos chamar de marca. Seja ela uma empresa privada ou estatal ou até uma ONG, esteja ela na área comercial, industrial, seja ela de um produto ou serviço, tenha ela presença apenas virtual, enfim, em quaisquer desses casos ela precisa de uma marca para se identificar. E esta marca que inicialmente é um nome, precisa se materializar através de uma apresentação visual. O nome que se dá a esta assinatura visual da marca numa perspectiva mais ampla e empresarial é Identidade Visual.
Encontramos por aí diversos termos como logotipo, logomarca, logo ou mesmo marca. Primeiro é preciso esclarecer alguns pontos. O logotipo, que seria uma forma especial de grafar a marca com um tipo de letra, é apenas um item da identidade visual. A identidade visual então é composta de um logotipo, de suas cores, de um símbolo, se for o caso, e de uma família de letras ou alfabeto institucional que irá padronizar o material impresso da empresa de acordo com as suas necessidades, ou seja, cartões, veículos, crachás, uniformes, etc. Ou seja, a identidade visual se inicia com um logotipo e deve se estender para uma visão mais sistêmica de toda a empresa, estando presente em todos os seus pontos de contato com o consumidor de forma coerente e padronizada para que a empresa tenha uma identidade única, coesa, o que vai concorrer para uma imagem diferenciada perante seus públicos e pode até ajudar a melhorar a sua reputação. Para que isso ocorra, é necessário que haja um cuidado muito especial com a concepção e a aplicação da identidade visual. Ela dever ser tratada de forma profissional, feita por pessoas que vão cuidar dos detalhes e não feita às pressas, de qualquer jeito.
A definição jurídica para a marca traz o seguinte: “Marca é o sinal distintivo que identifica e distingue mercadorias, produtos e serviços de outros idênticos ou assemelhados”. O propósito então é de que ela seja única e se destaque frente à concorrência, evitando ser igual às outras. Segundo a American Marketing Association (AMA), “Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes”. Ressalta-se aí também a necessidade e a obrigação da identidade visual de uma empresa se distinguir, ser diferente das outras, tendo assim sua identidade própria. Apesar de existirem identidades visuais excelentes, podemos perceber que não é bem isso o que vemos nas ruas.
Muitas vezes encontramos marcas muito semelhantes entre si ou até difíceis de serem lidas, com problemas na sua leitura e entendimento e fora de um padrão visível, apresentando uma falta de coerência, ou seja, em cada lugar a marca aparece de uma forma, com uma cor ou um tipo de letra diferente e distorcido. Várias marcas são criadas copiando-se nomes existentes, juntando-os porque se achou bonito, às vezes até o dono da loja cria o logotipo sozinho. Estas são situações corriqueiras. Podem surgir com isso problemas judiciais para a empresa e ela ser acusada de estar induzindo o consumidor a erro e de estar lesando a reputação da marca com a qual se assemelha.
A coisa mais comum que existe é alguém precisar de um profissional que faça um logotipo em questão de dias, ou se for o caso, de horas. Geralmente não há uma orientação correta para isso e as pessoas ficam perdidas. Quem elas vão procurar? Uma gráfica? Uma empresa de comunicação visual que faz cartões e sinalização? Um sobrinho que sabe “mexer” no computador? Uma agência de publicidade? Um designer? O profissional capaz de fazer esse trabalho com competência é o designer gráfico, mas será que os empresários sabem disso?
Existe uma visão amadora de que apenas o logotipo é necessário e muitas vezes há ausência de uma visão sistêmica da identidade da empresa como um todo. Apenas um sistema de identidade visual completo é capaz de criar essa percepção positiva e global da empresa. Há uma preocupação muito grande em divulgar a marca e investir apenas em publicidade, fazer a marca ser conhecida através da mídia, mas existe pouca preocupação em como vai ser a aparência visual da marca em si, da sua identidade. Geralmente esse trabalho é feito às pressas. Isto é muito engraçado pois tem-se muita pressa em ser conhecido e não se investe muito em como a empresa vai se parecer. Numa época onde cuidar da imagem pessoal é a moda do momento, as empresas, em contrapartida, deviam cuidar melhor da sua imagem, da sua cara, da sua estética, ou seja, da sua identidade visual.
Paulo Granato de Araújo
Professor do Curso de Design da PUC-GO
Mestre em Administração pela UNISINOS
e-mail: pgranato@uol.com.br